Assim São
Jerônimo descreve o evangelista São Lucas, cuja festa comemoramos no dia 18 de
outubro: “Era discípulo e companheiro
inseparável de São Paulo; nasceu em Antioquia, exercia a profissão de médico;
ao mesmo tempo, cultivava as letras e chegou a ser muito versado em língua e
literatura gregas. Seu gosto literário ressalta nessa preciosa História [Atos
dos Apóstolos] que
nos deixou da origem do cristianismo, mais completa em muitíssimos pontos que a
dos demais evangelistas, melhor ordenada e de mais agradável leitura”.
O texto
do evangelho de São Lucas, acontece exatamente após o período de tentação de
Jesus, os 40 dias que passara no deserto sendo tentado pelo diabo. Ao chegar à
galileia, cidade que Jesus nascera e ali viveu durante praticamente toda a sua
vida, estava cheio do Espirito Santo, afinal, como dito acima, havia acabado de
vencer a tentação no deserto, e por isso a presença do espirito estava ainda
mais próxima. Jesus costumava pregar nas sinagogas, que eram os templos onde
acontecia a reunião com a assembleia, hoje chamamos de igreja. Nas sinagogas
ensinavam os doutores da lei, que eram geralmente os escribas, conduzidos pelo ensinamento
de Moisés e pelas tradições criadas pelo judaísmo, esses doutores se limitavam
a repetir regras e normas de grandes rabinos da época. Jesus então surpreende a
todos. Vai ate a sinagoga, entre doutores da lei e ensina como quem tinha
autoridade, dizendo palavras fortes: “O Espirito do Senhor esta sobre mim,
porque ele me consagrou com a unção para anunciar a boa notícia aos pobres,
enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da
vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor;” (Lc
4,18-19). A primeira reação das pessoas que estavam na sinagoga era de
surpresa, de encantamento com a beleza das palavras que dizia, não acreditavam
que um homem tão simples pudesse dizer palavras tão encantadoras. O que não
durou muito tempo, pois Jesus não pregava para agradar as pessoas, mas para
mostra-las o caminho correto, o caminha da verdade vida e luz. E assim foi feito,
ele mais uma vez surpreende essas pessoas na sinagoga, afirmando que nenhum
profeta é bem recebido em sua terra. A partir de então, o sentimento de
aprovação para rapidamente a desprezo de todas aquelas pessoas, isso pela
própria pobreza em que Jesus se apresentava, pois era filho de um carpinteiro,
não aceitavam que tamanha pequenez pudesse-lhes apresentar o caminho da
salvação, receberam as palavras que Jesus dissera por ultimo como uma afronta a
inteligência dos que estavam presente, então rejeitaram a Jesus, queriam então jogá-lo
no precipício, ele então expulso da cidade passando por entre os povos continua
seu caminho.
Com
teu exemplo simples e direto como uma lança, apresenta-nos o céu de uma forma
especial, Jesus nos ensina a abandonar os ícones, os “Deuses” que nos tiram da
presença consoladora do Deus pai. Ele nos convida a olhar além das aparências,
dos títulos e dos espetáculos que nos são apresentados dia-a-dia, afim de que
livres de toda a superficialidade possamos realmente entender o quão somos
amados e esperados pelo pai. Pai este que cuida, consola. Que nos deu o maior
exemplo de amor, na Pessoa do próprio JESUS – morto na cruz, e nos mostra que desta
vida não podemos esperar grandes coisas, pois nela somos apenas passageiros, e
seremos todos julgados conforme a lei dos homens. Deus quer de nós entrega,
quer que sejamos verdadeiros profetas em toda e qualquer situação, na tempestade,
na adversidade, na alegria e na bonança.
Sigamos
todos sempre como Jesus, pregando e anunciando sempre a verdade da palavra de
Deus e que nada possa nos impedir de dizer aos quatro cantos sobre tua
misericórdia! Amém!...